sexta-feira, 12 de novembro de 2010

E a loucura fingi que isso tudo é normal!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

...


Igual a Você
Nenhum de Nós

Eu sei que nós dois éramos bons amigos
Você conhecia meus medos escondidos
Eu guardava segredos proibidos
Estávamos ligados, comprometidos

Algumas vezes menti pra te proteger
Você me fez fugir quando o melhor era mesmo correr
Eu fazia você sorrir na hora exata de chorar
Você me ensinou a pedir quando eu insistia em mandar

Agora você tem novos amigos
Normal que um dia isso fosse acontecer
Só não me faça te odiar
Não me peça para esquecer
Não espere que eu seja igual a você
Igual a você

Algumas vezes menti pra te fazer correr
Você me fez fugir só pra me proteger
Eu fazia você sorrir quando insistia em mandar
Você me ensinou a pedir na hora exata de chorar

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O que fica, é precioso!


Uma coisa aprendi quando criança e brincava com areia, não dá pra segurar a areia por muito tempo, ela escorre entre os vãos dos dedos mas ainda assim, ficam umas pedrinhas na mão.
Na época, eu achava que eram preciosas.
E hoje, tenho certeza disso.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Faz tempo que escrevi, achei e resolvi postar!


"Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim.”

- Caio F. Abreu

Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma.
Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também!
Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Viro palmeirense. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade!
Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Mudo meu repertório de novo. Aprendo a pescar se precisar. Mas você tem que remar também.
Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir.
Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo.
Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças!
Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser à toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.

É linda, e dói!




Angel
Katherine Jenkins


Spend all your time waiting for that second chance
For the break that will make it ok
There's always some reason to feel "not good enough"
And it's hard at the end of the day
I need some distraction, oh beautiful release
Memories seep from my veins
They may be empty and weightless, and maybe
I'll find some peace tonight

In the arms of an Angel, fly away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent reverie
You're in the arms of an Angel; may you find some comfort here

So tired of the straight line, and everywhere you turn
There's vultures and thieves at your back
The storm keeps on twisting, you keep on building the lies
That you make up for all that you lack
It don't make no difference, escaping one last time
It's easier to believe
In this sweet madness, oh this glorious sadness
That brings me to my knees

In the arms of an Angel, far away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent reverie
In the arms of an Angel; may you find some comfort here

In the arms of an Angel, far away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent reverie
In the arms of an Angel; may you find some comfort here
In the arms of an Angel; may you find some comfort here

" Por enquanto, que nessa linda história os diabos são anjos.."


Dessa Vez
Nando Reis

É bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer
É bom olhar pra frente, é bom nunca é igual
Olhar, beijar e ouvir, cantar um novo dia nascendo
É bom e é tão diferente
Eu não vou chorar, você não vai chorar
Você pode entender que eu não vou mais te ver
Por enquanto, sorria e saiba o que eu sei eu te amo

É bom se apaixonar, ficar feliz, te ver feliz me faz bem
Foi bom se apaixonar, foi bom, e é bom, e o que será?
Por pensar demais eu preferi não pensar demais
dessa vez..
Foi tão bom e porque será
Eu não vou chorar, você não vai chorar
Ninguém precisa chorar mas eu só posso te dizer
Por enquanto, que nessa linda história os diabos são anjos

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Ela apareceu pra o único adeus.
Não haveria outros assim como não houve o fim.
Acabou há tanto tempo como acaba a escuridão da noite e inicia o dia.
Quase ninguém percebeu.
Nem a gente mesmo.
Estranhamente não fiquei surpresa ou triste.
E não estava anestesiada de perdão.
Agora era indiferença, reconheço bem.
De algo que um dia queimou e doeu.
E já não existe mais.
Nem cicatriz deixou, nem marcas, nem saudade.
O que ficou afinal?
Ficou a história, se alguém se importasse em registrar.
Porque eu não me importo mais.

domingo, 29 de agosto de 2010

Oposto


É por você me dar tanta certeza que eu fico indecisa.
Não sei se é verdade ou mentira.
E se eu tento te esquecer você parece fazer questão de se fazer lembrar.
Somos tão diferentes e por isso mesmo tão iguais.
Compartilhamos palavras e silêncios.
Mas tua segurança me deixa insegura.
Teu carinho me faz carente.
Tua voz me faz rouca.
Eu que prefiro preto no branco, que queria tudo agora e não podia esperar pelo depois.
O que intriga é que eu gostava tanto de mim e ando gostando mais de você…

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Do que ainda lembro.


Fechei os olhos e imaginei seu rosto sorrindo. E então uma lágrima correu meu rosto. Não é incrível como mesmo de olhos fechados conseguimos chorar? A gente pensa que vai prender o pranto, a lágrima, e quando percebe está lá, engasgada, vazando pelos cantos dos olhos.
E talvez você queira saber por que seu sorriso me fez chorar? Fiquei assim, porque afinal, o que tenho eu a ver com o teu riso? Nada. E queria tanto participar. Queria te ser algo, mas não me entendes.
Ok. Parei de dar sinais de vida, parei de te perseguir, parei simplesmente de. É que dói aqui, dentro da garganta, não ter resposta nenhuma das perguntas que não vou te fazer.
Não vou te fazer pergunta alguma porque não tenho esse direito de te cobrar nada. Mas, confesso, queria muito saber o que aconteceu. Queria saber o momento exato que eu deixei de ser suficiente, que você deixou de ser desnecessário.
E agora, eu, que nem gosto dessas coisas sem premeditação, sem ensaios. Eu, que nunca falo ou escrevo sem pensar. Tenho que tirar toda a minha lógica, todo o meu medo de escrever errado e sem sentido, só porque preciso extravasar.
Palavras não me faltam. Nunca me faltaram. A única coisa que me falta é coragem de arriscar e colocá-las pra fora. Mas eu não tenho esse direito.
Busque a tua felicidade, corra atrás de borboletas, cante todas as músicas que souber. E mantenha esse lindo riso no rosto, esse que agora, eu de olhos afogados, consigo enxergar…

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Avencas, avencas, avencas... (suspiro)


"...assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressiva não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço..."


Caio F. Abreu

Foi a primeira.. lembra?!


Nunca Mais
Engenheiros do Hawaii



Não é o que se pode chamar de uma história original
Mas não importa: é a vida real!
Acordar de madrugada vindo de outro planeta
Sentir-se só;
Uma criança num berço de ouro
E a ferrugem ao seu redor
Os muros da cidade falavam alto demais
Coisas que ela não podia mudar nem suportar
Ela quis voltar para casa
Cansou da violência que ninguém mais via
Viu milhões de fotografias e achou todas iguais

Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Nunca mais!!!

Ofereci abrigo, um lugar para ficar
Ela me olhou como se soubesse desde o início
Que eu também não era dali
E quando sorriu ficou ainda mais bonita
Tinha a força de quem sabe que a hora certa vai chegar
Lágrimas no sorriso, mãe e filha, chuva e sol
Segredos que não podia guardar, e não conseguia contar

Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Nunca mais!!!

Ainda ando pelas mesmas ruas
A cidade cresce e tudo fica cada vez menor
Agora eu sei que a vida não é um jogo de palavras cruzadas
Onde tudo se encaixa
O que será que ela quis dizer?
5 letras, começando com a letra 'A'!

Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Nunca mais quero te ver chorar!!!

sábado, 7 de agosto de 2010


"O tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato"



Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sabe algo que destesto?
Quem ri parecendo que está chorando, sabe?
Puxando fôlego, fazendo aqueles sons que parecem quase latidos, palavras interrompidas…
Destesto essa tristeza disfarçada nesses risos forçados…
..os meus!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

domingo, 11 de julho de 2010

Só eu.


Não sou eu, pensei que podia ser.
E até queria, mas não sou eu.
Tem feridas que nunca saram.
Ou saram, mas a gente fica com medo de machucar de novo.
Ou até perde o medo, mas os obstáculos afastam.
Distâncias. Proximidades.
Tão perto, nem um sinal, nem um aviso. Distância.
Proposital? Medo? Intencional?
Pra que? Se longe é tão bom, e perto podia ser.
Podia.
Mas não sou eu.
Tão próximo. Frase incompleta.

Completa.

Certeza.
Teu riso, ah, teu riso…
Posso escutar, ver, lembrar.
De que adianta?
Distância.
Teus olhos queimam.
Mas não sou eu.
Vigiam, percebem, notam, condenam.
Por quê? Qual razão?
Interesse.

Desinteresse.
Curiosidade.
Proximidade.
Mas não sou eu.
Tão próxima, tão distante.
Estende a mão, percebe, estou aqui.
Frente a você.
Queria estar aí com você.
Distâncias.
Proximidade.
Só eu.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sim, é responsabilidade minha...



Você não gostar de mim é única e exclusiva responsabilidade minha. Digo isso porque recém descobri que não gosto de amores possíveis. Eles não me atraem em nada. A possibilidade me dá medo, me afasta. Não gosto sequer de pensar no quanto seria doloroso ter alguém e depois perder. Ou pior, cansar, desistir, perceber o erro.
Ao contrário disso, amores impossíveis me fascinam. Atraem-me como abelha ao mel. Prefiro perder horas e noites pensando em táticas de te conquistar, em como seria maravilhosa nossa vida juntos. Perco-me imaginando teus beijos e todas as tentativas que tive e perdi de roubar-lhe um beijo.
Você não me amar é única e exclusiva responsabilidade minha. Porque se você fosse alcançável, se você fosse possível, não haveria o desejo de ter você. Escolhi-te exatamente por isso, porque é inacessível como um anjo imaculado que não poderia nunca ser tocado por mãos humanas como as minhas.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Naquela rua.


Foi naquela rua que a gente se perdeu. Perdeu não no sentido próprio, visto que eu tinha o meu caminho e você o teu. Cada um seguiu uma direção. Volta pra casa, volta ao mundo.
Então me pergunto e se eu tivesse pedido que ficasse? Tu terias ficado? E se me convidasse pra partir contigo, eu iria? Talvez não. Mas me arrependeria como me arrependo de naquele dia ter descido aquelas escadas sem dizer tudo o que queria.
E agora me pergunto como será teu caminho. Cheio de sombras frondosas das árvores que enfeitam as avenidas de tua cidade? Ou cheio de sombras e pesares de tudo que passou.
Talvez só eu sinta esse aperto, essa angustia. Talvez porque eu goste disso. Sempre tive uma queda pela depressão e melancolia.
Essa serenidade que você transparece me angustia. Você nunca se expõe? Ou sempre foi claro, nítido e eu que queria mais do que via?
Pergunto-me agora das tuas companhias. Elas te alegram? Desejo que sim. Desejo no meu íntimo que tudo o que eu planejei pra gente, você realize com quem quer que seja. As conversas, os passeios, os filmes, as decepções. Porque das decepções é que surgem as cumplicidades.
Não apaguei aquela tua mensagem, deixo que todo dia ela me lembre de tua existência. Não posso dar margem ao esquecimento. Alimento-me de tua lembrança.
O olho agora já arde. Não sei se de ler essas palavras ou do que virá. E virão lágrimas. Então fecho os olhos. E volto àquela rua…

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Abandono...


E eu fui te abandonando pouco a pouco, você nem percebeu.
Primeiro acabaram as iniciativas de te procurar sempre.
Então parei de procurar desculpas pra conversar com você.
Guardei meus assuntos, meus segredos, meus desabafos.
Daí me limitei a apenas te responder vez em quando, cuidei de não estender assunto algum.
Prendi minha curiosidade, minha ansiedade, e principalmente, minha saudade.
Evitei saber da sua vida e comecei a cultivar o silêncio ao teu lado.
E uma vez morto o diálogo, era preciso matar a presença. Fiz novos caminhos, tracei novas rotas, mudei minha rotina.
Então mudei de casa, de bairro, de cidade.
Não levei teu endereço pra não correr a tentação de te mandar nem sequer um telegrama.
Eu fui embora na esperança de que sentisse minha falta.
E achando que te castigava, condenei-me à solidão.

Verídico..


Era uma vez… Eu não gosto de histórias que começam assim. Essa coisa de era uma vez nos leva a acreditar que aquela história é única. Pelo menos eu entendo assim. Entretanto essa história aqui já aconteceu tantas e tantas vezes, que o correto seria começar como “E mais uma vez…”
E mais uma vez um rapaz que se sentia triste e sozinho. Talvez fosse uma tarde de sol radiante e calorosa, dessas onde todos saem para passear na rua, mas ele carregava nas costas um fardo que o impedia de tudo. Não que de fato o fardo fizesse diferença, mas ele sentia que esse segredo era sua maldição.
Por ali havia uma menina que também tinha suas frustrações. Ela reclamava constantemente que estava predestinada a ficar sozinha e infeliz para o restante da vida. Achava-se feia e que por isso todos que passavam por sua vida a abandonavam.
Quis o destino que o caminho dos dois se cruzassem.
O rapaz acreditou nos lamentos da menina. Sentiu de pronto uma identificação e cometeu seu primeiro maior erro: entregar seu coração. A menina por sua vez não deu importância a tal presente. Ela desejava muito mais que isso, queria o céu, o universo, o infinito. Um dia ela desabafou que a única solução para ela seria ter asas. Ela poderia dar vôos rasantes pela cidade sentindo o vento no rosto alisando seus cabelos, poderia alcançar estrelas, modelar as nuvens do céu. O rapaz que nesse ponto, já estava perdido de paixão, cometeu seu segundo maior erro.
Na manhã seguinte, embaixo da janela da menina, havia um par de longas asas brancas. Asas longas de plumas brancas, asas verdadeiras que pareciam de pássaro gigante ou talvez de um anjo, se isso existisse. E mal abriu a janela, a menina explodiu de felicidade. Correu ao jardim, apanhou as asas e as abraçou com vigor. Levantava as asas ao alto e girava com elas, mas o que a menina não reparava é que de onde nasciam as asas havia sangue como se elas tivessem sido recém arrancadas de seu verdadeiro dono. Entretida, ela não percebia que gotas vermelhas respingavam em seus cabelos e iam tornando-os vermelhos, de um rubro que não sairia nunca mais de seus fios.
Ao entrar na casa ela costurou as asas numa linda blusa branca. Vestiu e olhou-se no espelho sorrindo e achando que lhe caía muito. E a partir daquele dia, passou a usá-las constantemente. De posse das asas, todos que a viam ficavam maravilhados e queriam ter sua amizade. O rapaz por sua vez adoeceu e por isso sumiu por uns dias. Quando recobrou a saúde, foi visitar a menina certo de encontrá-la saudosa. A menina não estava em casa, havia saído com seus amigos novos que adoravam voar pelos céus com a “menina de asas”. Passaram-se semanas até que tiveram a oportunidade de finalmente encontrarem-se. A menina explicou que não tinha mais tempo para ele pois tinha tantos novos amigos-passageiros, freqüentava tantos eventos, que até desfilaria num carro alegórico no carnaval. E ali despediu-se dele para nunca mais.
Então o rapaz voltou pra casa, sentou-se à sua escrivaninha, pegou uma longa pena branca que da ponta jorrava uma tinta vermelha infinita e começou a rascunhar uns versos de amor. Apesar de tudo, a imagem da menina vestida com as asas era deslumbrante, era mais linda que um anjo!
Ele lembraria dela por toda vida, não só pelos versos que deixariam ela eternizada, mas também toda vez que ele tivesse que trocar o curativo de suas costas. No mesmo lugar onde antes, haviam asas que ele escondia…

domingo, 4 de julho de 2010

Se...


Se por acaso
a gente se cruzasse
ia ser um caso sério
você ia rir até amanhecer
eu ia ir até acontecer
de dia um improviso
de noite uma farra
a gente ia viver
com garra.

Eu ia tirar de ouvido
todos os sentidos
ia ser tão divertido
tocar um solo em dueto

Ia ser um riso
ia ser um gozo
ia ser todo dia
a mesma folia
até deixar de ser poesia
e virar tédio
e nem o meu melhor vestido
era remédio

Daí vá ficando por aí
eu vou ficando por aqui
evitando
desviando
sempre pensando
se por acaso
a gente se cruzasse…


- Alice Ruiz

A de Amor


Quando criança conheceu as letras. E lhe ensinaram que com elas podia-se formar qualquer palavra do mundo. Palavras que podiam representar qualquer coisa. Qualquer um que lesse a palavra, entenderia a mensagem. E foi então que ela se apaixonou.
Como podiam simples letrinhas organizadas representar qualquer coisa? Borboleta no céu. Flor aberta. Fruta docinha que escorre caldinho pelo canto da boca. Poderiam representar aquela dorzinha na barriga no final da tarde quando a mãe chamava pra jantar ou o peso nos olhos a noitinha quando terminava a novela e era hora de ir pra cama.
Naquele dia ela sonhou com letras felizes e saltitantes, brincando de roda, de mãos dadas e formando palavras. Riso. Sonho. Chuva. Calor. Escola. E sorria movendo-se na cama como se dançasse junto com as letrinhas.
E anos mais tarde foi para a escola pela primeira vez. O caderno impecável e os lápis cuidadosamente apontados. Ela já sabia ler e escrever tamanha a paixão que tinha pelas letras. E foi na escola que ela conheceu algo novo: que as palavras podiam cantar sem serem músicas. Aprendeu a rimar. Sol com girassol. Flor com beija-flor. Pomar com cantar. E nesse dia ela começou um jogo secreto onde ela via algo pelo caminho e pensava na palavra escrita com letra de mão bem desenhada e em seguida numa rima.
E desde essa época ela mantinha essa paixão pelas palavras. Plantou-as como se fossem sementes. Cultivava com literatura e gramáticas. Regava com pinceladas de língua estrangeira. Quis conhecer a origem de tudo, o radical e o prefixo. Fez frases complexas e completas, abusou de verbos, adjetivos e advérbios.
Numa tarde nublada, que as nuvens começavam a derramar pingos d’água que mais lembravam lágrimas, as palavras se multiplicaram e deram um lindo fruto: o primeiro poema dela.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Às vezes dói dizer a verdade, mas ela deve ser dita...


Eu corria aos seus braços pra poder me livrar
Dos tempos com que a vida me atacava
Com sua ausência eu penso onde vou me abrigar
Pois o abrigo não mais me abre as portas

Ao relento sem me abrigar
Pra onde o vento vai me levar

Desamargos do tempo as dores vão me agarrar
E indefeso eu não posso contra atacar
Só me resta um silencio que não posso calar
Pois só você ouvia, ouvia eu falar

terça-feira, 29 de junho de 2010





A solidão me abraça, machuca.
Nada de exterior me acontece.
Essa massa fútil inerte em medo.
Pensante inquieta, reflito.
Creio que minha existência vá além da vida.
Mas isso não diminui meu anseio.
Quero fugir! Sumir!
Não sei o que está acontecendo, mas nada me satisfaz.
Essa busca me consome, tal fome me cega.
Me sinto invisível, poesia morta.
O bem e o mal, feito contraponto.
Anjo e demônio, mascarada.
Eu sei... Ah! Como eu sei.
Penso ver você!
Argh! Por toda parte.
Argh! Todo tempo.
Eterno, voraz, pleno.
Sensações sem fim...
Fim! Próximo?!?!
Talvez!
O meu, eis aqui!
Cansei!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sonho miserável


Fazia frio, garoava fino, daquelas garoas tão finas que nem molhava meu cigarro. Pensei em desistir, mas alguma coisa naquele frio todo parecia me empurrar ao seu encontro. Tudo bem se eu desistisse, ela nem soube dessa súbita vontade de vê-la novamente. Não sei qual seria sua reação. E se eu avisasse que iria!? Ligasse, mandasse cartas...não! Tudo seria pior, sua reação, por mais negativa que fosse, ao menos estaria lá para vê-la. Poderia muito bem rasgar as cartas, não atender ao telefone...
Ficaria eu, encurralada novamente sem saber o que fazer.
Estou cansada, com dores na cabeça, olheiras enormes e com cheiro de cigarro.
Penso em desistir.
É loucura, depois de tanto tempo...
E se ela ‘fugir’? E se não lembrar de mim? O que eu faço? Perguntas me atordoavam.
Em alguns metros já fumava o meu 3º cigarro, como se fosse ajudar em alguma coisa. A garoa estava mais forte, tornou-se chuva, chuvarada... molhou minha carteira e todos os meus fósforos. Seria um sinal? Deixar para outro dia?
Não!
Sinais não fariam com que meu coração desistisse.
No bolso esquerdo da parte de trás da minha calça quase toda molhada, eu havia posto seu presente. Pequeno, mas de significado gigantesco.
Certifiquei-me que estava lá ainda. Em uma das minhas mãos, junto ao peito eu levava em um pacote, todas as cartas que escrevi durante esses longos dois anos e que nunca tive coragem de enviá-las.
Chovia demais. Pensei em ligar e dizer que estive tão perto, mas tão perto que senti seu coração bater e que só não nos encontramos porque chovia demais para eu continuar caminhando.
Ridículo.
Seria ridícula minha explicação. Dizer sentir tanta saudade e acabar desistindo por causa de uma chuva? Não! Guardei o celular e continuei.
O mundo todo passava pela minha cabeça. E se eu estivesse completamente errada, e se ela realmente me amou e me espera todos os dias, e assim como eu, sonha com tudo o que aconteceu rezando para que a realidade nos traga de volta!?!?
Meus passos ficavam maiores. Se fechar os olhos posso sentir o vento frio e a chuva batendo em meu rosto. Mais alguns metros e pronto. Lá estou. Em frente a sua casa. Meu coração paralisado, não sentia minhas pernas. Fiquei aproximadamente uns 15 minutos ali parada, imóvel.
Parecia tudo tão leve, que eu mal sentia o peso daquele mundo de preconceito que havia diante da gente e das minhas ações.
Acreditem se quiser, mas pensei em desistir. Eu tremia muito, frio, nervosismo. Fechei os olhos com força, meu rosto estava todo molhado e minha aparência era de dar medo (mas o discurso estava pronto, aliás, caminhei muito até chegar ali...). Ela entenderia.
Quieta e atenta pude ouvir. Oh meu Deus, é com certeza a voz dela. Uma sensação inexplicável tomava conta de mim. Meu coração, apesar de tanto frio, ardia em chamas.
Ensaiei mais uma vez, tudo o que queria dizer. Estava pronta.
Em mãos o presente e as cartas.
Nossa, meu mundo estava ali. Eu enfim, voltaria a viver.
Cheguei mais perto, de onde alcançaria a campainha, mas preferi, como nos velhos tempos, bater a porta de madeira, com uma sequência de batidas quase em melodia.
Ouvi passos. Bati mais uma vez, agora com mais força, e mais força, até que como num estalo de dedos tudo some.
Sinto algo me puxar dali com certa violência.
Faço uma enorme viagem, a sensação boa, desaparece, abro os olhos, mas continuo escutando as batidas.
Droga!
Era minha mãe batendo na porta do meu quarto, dizendo que dormindo perdíamos muito tempo na vida e que estava na hora de acordar.
Infelizmente na hora de acordar.

domingo, 27 de junho de 2010


Estava olhando da minha janela, como esse mundo é infinito, perigoso.
Enquanto a fumaça do meu cigarro dava uma sensação hipnótica (vaga).
Aquela gente toda lá fora, nojentas e cheias de tédio, conseguiu nos separar.
Sim eu sei, os créditos são meus! Fui rotulada fraca.
Sabe, eu queria uma noite de silêncio, calmaria.
Só eu, meu violão e um bom vinho.
Eu faria, sei que faria tudo diferente.
Pensaria em algo que nos salvasse.
Mas não podemos voltar no tempo.
Noutra noite, estava novamente na janela.
Estava só, bebia meu vinho tranquilamente e tocava algumas músicas tristes, que era pra doer mesmo, enquanto eu lembrava tudo que tive e não dei valor.
Tinha tudo o que pedi. Vinho, violão até mesmo os cigarros que nem se quer pedi.
Nada compensava. Nada substituía.
Ainda existia o vazio.
Minha dor conseguia ser maior que toda culpa do que estava acontecendo.
‘Mundo’ desgraçado venceu de novo.
Não há nada que eu possa fazer. Nada.
Só sei que trocaria tudo nessa vida para tê-la de novo aqui, sentada comigo, tomando nosso vinho e fazendo nossos planos.
Nada compensa a falta que ela me faz.
Nada compensa.

E só Deus sabe onde e quando isso vai acabar!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

No outro lado da porta

Em algum lugar hoje vive escondida, triste, com sua luz ofuscada.
Há um muro de concreto com porta de ferro que nos separa.
Tão longe, mas posso sentir sua respiração e seu cheiro.
Venha para cá, no outro lado da porta.
Onde não há choro nem regras.
Onde o ar é puro e o sono sem pesadelos.
A escuridão é um belo cenário com estrelas e uma lua linda.
Nossas noites terão a mais bela sinfonia.
Pegue firme a minha mão, não desista de mim.
No lado de cá não há tristezas, nem dúvidas. Prometo.
O medo não existe e o amor pode ser real, basta querer.
Venha.
Venha quando quiser.
Destrua o muro, derrube essa porta.
Venha de olhos fechados, você me achará sem procurar, nossas almas se conhecem, isso basta.
Sempre estarei te esperando aqui, no mesmo lugar.
No outro lado da porta.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

domingo, 2 de maio de 2010

Não precisa de título!




Novo dia.
Sobre a cama, uma bolsa, um celular (que por sinal, não parava de tocar), uma bandeja toda enfeitadinha (sim, levei seu café na cama >.<), açúcar, um bolo de chocolate (que eu mesma fiz.. :)), sorrisos largos, café com leite, um expresso duplo, pequenos goles e novamente nós ali com nossos enormes, diria até exagerados planos, mas com uma confiança inexplicável, é, inexplicável!
Silêncio!
Confissões!
Suspiros!
Quatro mãos que matavam a saudade...
-Quer casar comigo?! ;)
-Caso!
E assim vivemos casando, várias vezes (risos)... E pode ter certeza de que eu casaria com você todos os dias da minha vida!
PS. Às vezes a poesia não está nas linhas, entrelinhas, reticências, letras do Djavan, na voz de Marisa. Ela pode habitar dois corações. E apenas eles sabem o que significa e onde estão as rimas! Apenas eles sabem do que são capazes!

PS². Obrigada por me fazer sentir de novo tudo aquilo que ainda estava aqui, e eu não sabia!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Não é nada, é só tristeza mesmo...


Não é nada, é só uma dor que não passa.
Uma ferida que não se fecha, um mal para qual não há cura.
Não é nada demais além dessas coisas, ligadas às dores de falsos amores.
Não é nada, é só solidão fazendo morada aqui dentro.
Em um coração vazio e cansado sempre machucado.
Não é nada, eu garanto, é só desilusão, desencanto.
Fazendo rolar o pranto encharcando a alma, errante, errada, desvairada.
Não é nada, não se preocupe.
É só um pesadelo sem fim que tomou conta de mim...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Hora do Mergulho!



Feche a porta, esqueça o barulho.
Feche os olhos, tome ar: é hora do mergulho...
Eu sou moço, seu moço, e o poço não é tão fundo.
Super-homem não supera a superfície.
Nós mortais viemos do fundo.
Eu sou velho, meu velho, tão velho quanto o mundo.


EU QUERO PAZ!!


Uma trégua, do lilás-neon-Las Vegas.
Profundidade: 20.000 léguas.
"Se queres paz, te prepara para a guerra"
"Se não queres nada, descanse em paz"
"LUZ" - Pediu o poeta.
(últimas palavras, lucidez completa)


Depois: silêncio!


Esqueça a luz... respire o fundo.
Eu sou um déspota esclarecido.
Nessa escura e profunda mediocracia!



sábado, 24 de abril de 2010

Espelho.



O mais velho de um sonho.
Gélido, mas doce e tentador.
Do além você alcança minha mão.
Venha mais perto, siga-me...
Você quer pagar o preço para ver o que o futuro trará.
Está noite te ouço sussurrar no interior de minha mente.
Memórias da vida...
Misturam-se com memórias da morte.
Lá fora é tudo a mesma coisa.
Não me deixe agora, não agora.
Venha aqui para o outro lado, atrás desse espelho.
Me faça viver novamente.
Me faça sentir de novo, o que um dia arrancaram de mim!

Minha tristeza...


Fico triste quando os conflitos aparecem e eu não sou grande o bastante para lidar com eles.
Tenho asas mas ainda não sei voar... ou melhor, tinha asas e me sentia apenas conseguir flutuar, levemente.
Julgava-te 'avenca', borboleta livre com asas brilhantes.
Eu flutuava, agora rastejo.
'Avenca' tornou-se árvore gigante, partiu.
O sorriso virou ferida, agora sangra.
Sofro, e essa dor desgraçadamente me atormenta.
Para contá-la, ao violão faltaria cordas, a mim faltaria a voz.
Ao riso, simpatia.
Aliás, alguém sabe me dizer quanto tempo leva para cicatrizar um sorriso?!
Se asas brotam e se 'avencas' lembram do caminho de volta?!