segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Ela apareceu pra o único adeus.
Não haveria outros assim como não houve o fim.
Acabou há tanto tempo como acaba a escuridão da noite e inicia o dia.
Quase ninguém percebeu.
Nem a gente mesmo.
Estranhamente não fiquei surpresa ou triste.
E não estava anestesiada de perdão.
Agora era indiferença, reconheço bem.
De algo que um dia queimou e doeu.
E já não existe mais.
Nem cicatriz deixou, nem marcas, nem saudade.
O que ficou afinal?
Ficou a história, se alguém se importasse em registrar.
Porque eu não me importo mais.

domingo, 29 de agosto de 2010

Oposto


É por você me dar tanta certeza que eu fico indecisa.
Não sei se é verdade ou mentira.
E se eu tento te esquecer você parece fazer questão de se fazer lembrar.
Somos tão diferentes e por isso mesmo tão iguais.
Compartilhamos palavras e silêncios.
Mas tua segurança me deixa insegura.
Teu carinho me faz carente.
Tua voz me faz rouca.
Eu que prefiro preto no branco, que queria tudo agora e não podia esperar pelo depois.
O que intriga é que eu gostava tanto de mim e ando gostando mais de você…

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Do que ainda lembro.


Fechei os olhos e imaginei seu rosto sorrindo. E então uma lágrima correu meu rosto. Não é incrível como mesmo de olhos fechados conseguimos chorar? A gente pensa que vai prender o pranto, a lágrima, e quando percebe está lá, engasgada, vazando pelos cantos dos olhos.
E talvez você queira saber por que seu sorriso me fez chorar? Fiquei assim, porque afinal, o que tenho eu a ver com o teu riso? Nada. E queria tanto participar. Queria te ser algo, mas não me entendes.
Ok. Parei de dar sinais de vida, parei de te perseguir, parei simplesmente de. É que dói aqui, dentro da garganta, não ter resposta nenhuma das perguntas que não vou te fazer.
Não vou te fazer pergunta alguma porque não tenho esse direito de te cobrar nada. Mas, confesso, queria muito saber o que aconteceu. Queria saber o momento exato que eu deixei de ser suficiente, que você deixou de ser desnecessário.
E agora, eu, que nem gosto dessas coisas sem premeditação, sem ensaios. Eu, que nunca falo ou escrevo sem pensar. Tenho que tirar toda a minha lógica, todo o meu medo de escrever errado e sem sentido, só porque preciso extravasar.
Palavras não me faltam. Nunca me faltaram. A única coisa que me falta é coragem de arriscar e colocá-las pra fora. Mas eu não tenho esse direito.
Busque a tua felicidade, corra atrás de borboletas, cante todas as músicas que souber. E mantenha esse lindo riso no rosto, esse que agora, eu de olhos afogados, consigo enxergar…

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Avencas, avencas, avencas... (suspiro)


"...assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressiva não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço..."


Caio F. Abreu

Foi a primeira.. lembra?!


Nunca Mais
Engenheiros do Hawaii



Não é o que se pode chamar de uma história original
Mas não importa: é a vida real!
Acordar de madrugada vindo de outro planeta
Sentir-se só;
Uma criança num berço de ouro
E a ferrugem ao seu redor
Os muros da cidade falavam alto demais
Coisas que ela não podia mudar nem suportar
Ela quis voltar para casa
Cansou da violência que ninguém mais via
Viu milhões de fotografias e achou todas iguais

Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Nunca mais!!!

Ofereci abrigo, um lugar para ficar
Ela me olhou como se soubesse desde o início
Que eu também não era dali
E quando sorriu ficou ainda mais bonita
Tinha a força de quem sabe que a hora certa vai chegar
Lágrimas no sorriso, mãe e filha, chuva e sol
Segredos que não podia guardar, e não conseguia contar

Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Nunca mais!!!

Ainda ando pelas mesmas ruas
A cidade cresce e tudo fica cada vez menor
Agora eu sei que a vida não é um jogo de palavras cruzadas
Onde tudo se encaixa
O que será que ela quis dizer?
5 letras, começando com a letra 'A'!

Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Conta pra mim o que te fez chorar
Nunca mais quero te ver chorar!
Nunca mais quero te ver chorar!!!

sábado, 7 de agosto de 2010


"O tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato"



Caio Fernando Abreu